Em uma noite de lua cheia, tomada por um sentimento de liberdade incrível, ela decide cavalgar, chegando no local marcado ela sente a ansiedade tomar conta de si, pois ela não iria a um jogo conhecido, ela se atrevia ir em direção ao desconhecido.
Desconhecido esse, que não tinha habilidade para dominar ” Quando ela monta naquele cavalo, seu coração pulsa na boca, suas pernas tremulas pareciam dançar como as folhas ao vento, ela tomada por um senso de responsabilidade tenta se policiar, e diz: Vou dominar essa situação.
Puro engano, quanta pretensão dessa menina que achava que poderia dominar tudo a sua volta, tudo isso parecia mais um stand up à céu aberto do que a sua própria realidade.
Ela não conseguia dominar aquela situação, e estava entrando em desespero, pois ela passava toda aquela ansiedade para o cavalo, assim como não conseguia domina-lo, o mesmo fazia com suas escolhas.
Ela não havia planejado sentir-se amedrontada, desesperada, pois ela nunca havia deixado de decidir um dia se quer na sua vida. E agora em cima daquele cavalo esperando a cavalgada iniciar, sua vida passava de forma rápida em fleches, como se estivesse por ordem de prioridade.
Olhando para o brilho da lua cheia ela pensava em desistir, mas o “brio ” que guardava em ser ser era muito intenso e não a permitia, inquieta como seus pensamentos uma angustia tomava conta do seu ser.
Naquela luta cravada entre seu consciente e inconsciente ele decide desistir, mas agora já é tarde demais, pois é dada a largada para iniciar a cavalgada. Seu coração parece subir pela boca suas pernas parecem bailarinas em estreia de show, seus olhos brilham mais que a lua de medo, e de repente ela é tomada por uma dispara do cavalo, que a puxa para frente, como se a vida a convidasse a renascer.
Sem entender muito o que estava acontecendo, ela grita, por ajuda, mas quando se da conta esta sozinha, pois todos já iniciaram a cavalgada.
Ela nunca havia desistido de nada da vida, mas sua vontade era de pular daquele cavalo, mas essa possibilidade não existia. A lua a convida a seguir, ela estava sendo atraída por aquela atmosfera do desconhecido. Um fleche passa rapidamente por sua memória, que na sua vida também nunca teve possibilidade de desistir.
Ela não consegue dominar aquela situação, mesmo porque seus esforços são inválidos, a vontade de fugir era enorme, sem ter opções ela recorre ao protagonista dessa história.
Ela tenta conversar com o cavalo chamando ele pelo nome ” Apolo”, estou aqui, me ouve, em um “surto desesperador” ele pede para que o cavalo falasse com ela, mas por ironia do destino ele não responde.
Apolo era o cavalo que conduzia nessa cavalgada , mas para mim naquele momento, ele realmente era deus grego, que tinha poderes sobre a morte, tanto para enviá-la como para afastá-la. Me remeteu rapidamente a mitologia grega.
Eu realmente me sentia como se ele tivesse esses poderes, um barco a deriva, sem norte e sem ação, diante do deus do “sol” (Apolo). Logo eu que decidia tudo, a todo momento na vida. Nossa quanta ironia do destino, naquele momento me sentia um palhaço sem picadeiro.
Apolo estava indomável e eu completamente desesperada, a medida que a luz da lua tocada meus cabelos eu me sentia ainda mais vulnerável.
Ela crente que seria a protagonista dessa história foi apenas a coadjuvante, que aprendeu a deixar fluir de uma forma totalmente inusitada.
Então quando cansada de degladiar com seus próprios pensamentos e sentimentos, ela puxa um suspiro que vem do amago, e diz: “Apolo”, agora só sou eu e você, as cortinas se fecharam o show acabou, não tem mais plateia, todos se foram. Sim eu me entrego, me entrego ao aprendizado que você tem para mim, me entrego ao descontrole e assumo o medo existe em mim. O medo de perder, de deixar partir, de ser ridícula, de ser infantil. Ela não tem mais nada que pode fazer, então se entrega a cavalgada de uma noite única de soltar as amarras de seu inconsciente e simplesmente aflouxa as rédeas.
Toma uma respiração profunda, sente o vento cortando seu rosto, a luz da lua ilumina seus cabelos e definitivamente se entrega, relaxa deixando suas amarras e dores para traz. E para de pensar em sua vida e vive aquele momento.
A partir daquele momento ela e Apolo se tornam um só, as respirações se sincronizam, ela chega a sentir a batida do coração dele.
E ela sem medo começa a apreciar aquela cavalgada, e percebe que existe vida além do medo, e as barreiras estavam somente em sua mente.
Ela descobre que a entrega e menos dolorosa que o controle. Seu coração se acalma e ela deixa fluir com leveza elegância e harmonia.
Ela sente naquela cavalgada todo sua rigidez interna, ela se perde e ao se perder se encontra. Ela se vira no avesso e o avesso e seu lugar.
Pare, pare, pare de repressão ela não quer mais contestações ela só quer sentir o vento, e a luz da lua, iluminar face, então fecha os olhos e deixa que o sábio “Apolo” a conduzir pelo caminhos da vida.
Busque coerência nesse contexto? Eu o desafio a encontrar? Busque ? E se encontrar ótimo, se não melhor ainda!
Pois a coerência mora na alma do artista, pois a lição da vida é equilibrar e desequilibrar.
Até que a luz volte a brilhar e o vento a soprar em sua face ela decidi viver sem reservas e a aflouxar as rédeas da vida.
Texto: Suzania Cristina Paulino