Minha pergunta é direta. Há quanto tempo você vem se suicidando? Quanto tempo você mata seus sonhos e seus desejos?
Cadê o brilho dos seus olhos? Cadê a energia se viver? Cadê o sorriso no seu rosto? Quem realmente é você?
Ok, eu sei que são perguntas intrigantes, mas necessárias para lhe tirar da zona de conforto!
Agora trago um breve relato de uma mulher que se suicidava todos os dias aos poucos de forma vagarosa e alucinante.
Quando falamos em suicídio pensamos em uma pessoa desiquilibrada, com muitos problemas graves sem estrutura, pensamos em pessoas menos favorecida.
Acreditamos que são essas pessoas que cometem o suicídio.
Será que a pessoa suicida já nasce com tendência? Porque a pessoa pode aparentar ser alegre, feliz, mas que no fundo usa essa mascara para sobreviver.
Ela relata: Eu era uma jovem sorridente, feliz, brincalhona e equilibrada (será?).
Mas ela percebia que tinha momentos em minha vida que se desconectava do sistema familiar, e como a família era grande, ninguém prestava atenção na sua ausência.
E as únicas coisas que acompanhavam eram os pesadelos e a angustia
Ela recorda que na sua casa na fazenda tinha um gramado que era o seu refugio, e ela sentava e esperava a tristeza e angustia que a consumia passar, ficava horas lá sem que ninguém notasse.
Tinha vontade de vir para a cidade e ter uma vida melhor, trabalhar fora, conhecer pessoas, viver ela tinha uma ânsia de viver.
Como era muito bonita arrumava namorado com facilidade, e muita vez pensava, será que minha vocação era ser religiosa ou casar.
Mas os namorados vinham com facilidade e ela ficava indecisa.
Será que estou certa? E isso que quero?
Ela tinha muitas indagações com ela mesma, mas de verdade não tinha coragem de se levar a sério.
E não sabia dividir essas coisas que se passava com ninguém, guardava no cofre da sua alma.
Sua irmã era um verdadeiro exemplo para ela, uma moça honesta, correta, com muito juízo, seria e até um pouco reservada demais, ela pensava vou copiar minha irmã, pois ai vou me sair bem. Ela foi copiando, copiando, copiando a irmã até que foi perdendo sua personalidade.
Ela teve vontade de desistir do casamento marcado, mas sua irmã decidiu casar e mais uma vez ela não levou em consideração suas escolhas e copiou novamente a irmã, resolvendo se casar.
O dia do casamento foi muito triste para ela, pois honestamente ela teve vontade de desistir, mas lhe faltou coragem.
As pessoas vieram para festa e a sua única vontade era que a terra se abrisse e ela sumisse, mas mantinha a cara de paisagem (parede bege) e até hoje se ela pudesse apagar o dia do meu casamento ela apagaria.
Faltou comida no seu casamento, muito tumulto e a tristeza naquele momento batiam forte na sua alma.
Nesse momento ela começava um suicídio calado, vedado aos poucos (como uma ovelha indo para o matadouro).
A convivência com seu marido não foi fácil, ele muito extrovertido e eu reservada, comportamento esse que copiava da sua irmã.
Ela muito ciumenta, pois o amava demais, e não sabia como lidar com aquele amor.
Foi um casamento muito difícil, pois queria que ele fosse a copia dela, e ele não era. E com o passar o tempo foi desencadeando aquele sentimento de angustia e aquele sentimento lá atrás que tinha de vez enquanto começou a ser constante, forte, intenso e frequente.
Até que um dia seu marido disse para ela; Sabe quando a gente namorava eu via você muito triste e achava que você tinha brigado com alguém, hoje eu vejo que você é problemática e depressiva.
Aquelas palavras sangraram sua alma e sua estima foi destruída, e a partir daquele dia começou a colocar na cabeça que deveria dar liberdade para ele.
E começou a acreditar que ele deveria encontrar alguém para ser feliz, pois o casamento era um fardo para ele e naquele momento tinha muitos problemas de saúde com sua filhe e isso dificultava tudo.
Os anos passaram, aquele casamento se arrastava e seu sonho lá atraz de vir para cidade se concretiza.
Arrumou trabalhar que ganhava muito bem, mas com problemas no casamento a angustia aumentava e aquilo a consumia.
Fazia cara de paisagem (parede bege) , começou a acreditar que era uma péssima mãe uma péssima esposa e começou a concluindo que se saísse de cena e ele arrumasse outra pessoa e às coisas iam caminhar melhor.
Ele seria feliz e os filhos dela também.
Uma prima dela ficou viúva e seu marido gostava de crianças, ai ela pesava. A solução e simples eu morro e minha prima fica com meu marido, faz ele feliz e faz meus filhos felizes.
Tudo estava certo na sua mente, cada detalhe já tinha sido planejado. Aquela angustia ia aumentando dia após dia.
Até que começou a ir ao psiquiatra devido a angustia profunda. O psiquiatra errou nos remédios e ela começou a ficar dopada completamente fora de si.
Mas continuava trabalhando fazendo turnos, completamente dopada, pelos remédios.
Ela chegava a dormir na máquina, mas trabalhando não respeitando seu limite. Pois ela achava que a única maneira de ser amada e se trouxesse dinheiro para dentro de casa.
Quanto, mas quanto, mas quanto ela exigiu de si mesmo.
E continua achando que a solução era tirar sua vida, pois o marido e os filhos já podiam contar na sua fantasia com a substituta para sua vida. SUA PRIMA.
Ela não percebia, mas já estava morrendo aos poucos, um suicídio lento e doloroso, sem marcas aparentes no corpo, mas com marcas aparente na alma.
Ela ficava arrumando formar de se suicidar.
Se vir uma carreta enorme eu poderia me jogar embaixo, e todos iam acreditar que foi um acidente e eu deixava meu marido livre, e ele seria feliz e daria tudo certo!
Aquelas alucinações iam aumentando dia após dia. Até que ela já acreditava que fazendo isso se suicidando, estaria ajudando a família e seria um alivio para seu marido.
Um dia essa sensação foi muito forte e ela começou imaginar e a vontade de se jogar na carreta foi ficando intensa e no momento que estava preste a se jogar, como se um luz divina estivesse sobre ela lembrou filhos, e que estava do lado contrario da pista. E que um dia eles poderiam descobrir que não foi um acidente e que sim ela se matou.
Mas pelo medo do julgamento dos filhos e por amor a eles ela não se suicidou.
Ela não acredita que iria fazer falta nesse mundo, que estaria fazendo o melhor para todos que amava.
O suicida não se sente valorizado, ele acredita que esta fazendo a melhor escolha para todos que amam.
E o suicida acha que esta dando a melhor solução!
Como os remédios psiquiatras só aumentavam, ela ficou completamente topada e dentro de três dias estava babando, completamente fora de si.
Um processo doloroso e cruel de quem viu sua vida escapando pelas mãos.
Foi interna em um hospital onde sua mãe implorou ao médico que lhe ajudasse, e por caridade o medico o fez.
O que posso fazer para ajuda-la. E o medico começou a fazer perguntas e ela se sentia aérea e ao mesmo tempo arrasada, o medico internou para tirar toda a medicação psiquiátrica que ela tinha em seu corpo.
Mas sua mãe teve que assinar um termo de responsabilidade.
Sua mãe chorando falava:
E não quero minha filha internada e dopada.
Quero que devolvam a vida para minha filha.
O medico colocou sonda nela e os remédios iam saindo de todas as cores imagináveis.
Momentos de um é suicídio lento e caldo que vai matando a alma.
Ela relata que deve a vida dela a mãe e o médico que a suportou nesse momento trágico.
Quando foi véspera de Natal após uns 40 dias de internação ela foi liberada para ir para casa.
E de lá para cá ela vem driblando a morte e se reestruturando.
Foi muito difícil ela se libertar dos remédios, só DEUS sabe o que ela passou.
Historias de uma vida, de uma mulher traz uma REFLEXÃO MUITO FORTE, não morra aos poucos, não abandone seus sonhos, lute, lute com todas as suas forças.
E seus grandes aprendizados foram:
Nunca case com dúvida;
Não seja copia de ninguém;
Nunca exija demais de você;
Não se anule.
Para AMAR alguém em primeiro lugar você precisa se aceitar, se permitir e amar a si mesmo!
Não se SUICIDE aos poucos!
Texto de Suzania Cristina Paulino
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